sábado, 25 de fevereiro de 2012

Nosso tempo musical.

Há poucas horas conversávamos a respeito de motos, viagens, música, negócios, relacionamentos e afins. Algumas tragédias surgiram em meio à conversa, mas foi energia dissipada. Alguns nomes surgiram, algumas ideias a serem postas em andamento, alguns tantos outros planos. Muita coisa acabou materializando-se na conversa. Inevitável. Mas a bola da vez foi o tempo discorrido entre o diálogo. Na realidade quase que uma surpresa. Sim, uma surpresa.
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E agora, recordando passo a passo todos os flashes, me vem à memória sua carinha falando de minhas coletâneas. “Pôxa, você tem isso desde quando?” “Desde setembro do ano passado...na realidade, julho.”
Não há tempo hábil pra tanta originalidade, rs... nem todo dia é dia (santo) de diálogo, rs. ;)
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É notória a obsessão que tenho por DVD’s e CD’s originais. Tenho verdadeira loucura por eles. Nasci na época do disco de vinil e das fitas K7. Bem... isso entrega um pouco a idade, certo? Na época dos micros systems, dos aparelhos 3 em 1. Mesma época que para obtermos uma boa coletânea, tínhamos que reunir dúzias e dúzias de LPs. Lembra disso? Mas pra mim tudo aquilo era lúdico. 
Acho que foi ali que me apaixonei pela originalidade das peças. Lembro-me bem estar sentada frente ao toca discos com um pedaço de papel e caneta, fazendo o cálculo do tamanho das músicas. Geralmente 14 de cada lado, para caber nas fitinhas de 60 minutos. E aquilo era uma verdadeira arte!
Era essencial saber qual música colocar no início, saber escolher a sequência correta, tudo para que não desistíssemos de ouvir toda a fita. Calcular qual música encerraria o Lado A e escolher uma música “chave” para que o Lado B não ficasse em desvantagem. Após a escolha, com todo cautela apertar o REC+PLAY e ainda ter cuidado para não cortar nenhum pedaço da música. E quando havia alguma música "riscada" no LP? Nossa! Tínhamos que voltar a fita e começar de novo. Exercício de paciência. Mas era apaixonante ficar lá... escolhendo uma música interessante para iniciar a fitinha... escolher outras que casasse com o "espírito" da coletânea. Vocês nem imaginam como era difícil e ao mesmo tempo divertido.

Mas os tempos mudaram. O vinil virou coisa de colecionador, muito adolescente desconhece fitas K7, quiçá sabem o que é lado A e lado B. Tudo é obtido de forma fria pela Internet. Sites e mais sites disponibilizam discografias inteiras em MP3. Acabou-se aquela odisseia de ficar quase duas horas em frente ao gravador. Acabou a graça. Acabou a arte de pensar, de ouvir. Mas eu particularmente confesso sem a menor vergonha, que não faço a MENOR ideia de como baixar uma música pela internet (nem quero saber) e espero nunca precisar. Gosto mesmo é de reunir tudo de bom na estante. Um mundo musical ao alcance das mãos. Saber que estarão ali marcando época... para a posteridade.

Meus DVD’s falam muito sobre mim; sobre meu humor no momento... são minha companhia, meus cúmplices, meus parceiros. E se forem do teu agrado e também te fizerem bem, me farão ainda mais feliz.

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