quarta-feira, 24 de julho de 2013

Reconhecendo os amigos.

Aprendi muita coisa após meu acidente. Aprendi a me conhecer melhor, a conhecer melhor meus familiares. Mas entre todas as coisas que aprendi e dentre as quais considero uma das mais importantes, foi reconhecer quem são meus amigos.
Nesses quatro meses pude fazer uma triagem e encontrei vários tipos:
  • Há aqueles que são "pau pra toda obra". Esses são sempre solícitos, ligam constantemente para saber como você está, se precisa de alguma (qualquer) coisa. Se prontificam a fazer os maiores favores sem querer nada em troca. São minoria e caso você possua apenas "um" em seu convívio, considere-se uma pessoa abençoada;
  • Há os "conselheiros". São do tipo "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". São excelentes para dizer o que você "tem ou não" que fazer e adoram querer saber de sua vida;
  • Há aqueles que podem receber a alcunha de "Gasparzinho Camarada". São como fantasmas: você não sabe se existem de fato pois nunca os vê, principalmente quando precisa deles;
  • Há aqueles que são como "estrelas". Mesmo quando você não pode vê-los, sabe que eles estão lá para o que você precisar... Esses geralmente são amigos de infância e a maioria das vezes, estão longe de você pelos desígnios da vida.
Poderia descrever mais uma dezena de tipos, mas prefiro evitar a fadiga. Por isso, com a experiência de quem já passou muita coisa nessa vida, dou uma dica para que vocês possam reconhecer um amigo logo de cara (sem que você precisem passar por um infortúnio como esse que estou passando): "observe as ações e reações diárias das pessoas". Observe quem são aqueles que ficam felizes com a sua felicidade e aqueles que só se aproximam de você por algum problema. "Eu tenho culpa que fulano foi assaltado? Eu tenho culpa que fulano tá doente? Eu tenho culpa que cicrano bateu o carro? Eu tenho culpa que "lá ela" tá em dificuldade?" (???)
Observe uma pessoa "passando mal", por exemplo, um monte de gente se aproxima. Alguns para ajudar, outros por pura curiosidade. Agora se você estiver em meio a amigos, aí sim, você está amparada, certo??? ERRADO. Talvez, se você for alguém "importante"... (haja puxa-saco)
Mas isso não significa que apenas quem se comove com a sua dor é seu amigo, não é mesmo? Afinal, o contrário pode também acontecer. Quem foi que nunca foi todo empolgado, contar para um "amigo" sobre a promoção no trabalho, sobre o pedido de casamento, sobre a compra do carro novo, sobre aqueles quilinhos a menos e viu aquele semblante frio e desapontador? E aí agora?? 
Pois é. É preciso mais do que ações isoladas para reconhecer um amigo. É preciso tempo. Porque tudo no princípio são flores, mas a constância de sofrimento e/ou de felicidade causa estranheza. É preciso mais mais do que um favorzinho aqui, outro acolá. Ser amigo, significa muitas vezes esforço, dedicação e renúncia. É difícil se sacrificar para ajudar o outro. Mudar a rotina, a rota, os planos. Trocar o horário, chegar atrasado, mudar o itinerário, antecipar as férias, mudar de casa, de quarto. É preciso mais. É preciso amor.

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