Estes dias não tem sido fáceis. Tenho andado mais preocupada que o usual e meio atordoada. Cada notícia que recebo parece agulhas perfurando cada parte do meu corpo. Não, não é drama. Sei que a vida não está fácil para ninguém, mas para mim, excepcionalmente, está foda. Sinto minhas forças esvaindo e estou sempre alternando entre otimismo e pessimismo, humor e mau humor. Algo meio bipolar mesmo. Tenho evitado remédios, até por conselho de meus sogros, pacientes e vigilantes, que a cada dia procuram me doutrinar na arte de uma vida saudável. Meu sogro prometeu, inclusive, dar fim na minha farmacinha, que pousa num criado mudo ao lado da minha (deles) cama. Minha sogra, 'expert' em culinária, tem se desenvolvido na cozinha para me preparar guloseimas à base de frutas, cereais e gelatina (colágeno). Nem é bom mencionar "namolido"...(rsrs)
Ainda assim não tem sido fácil. Primeiro porque qualquer atitude requer mudança, insistência e adaptação. É fácil (ou menos fácil) ter atitude quando as coisas parecem bem, quando tudo está nos trilhos e você tem a impressão de que está com o domínio total da sua vida. Fica mais fácil manter o controle. Mas estes dias, não muito diferente do que o de costume, tenho estado vulnerável. Ontem percebi minhas pernas meio estranhas, a pele ressecada, os pés grosseiros, mesmo continuando com meu ritual de cremes e etc. Isso me deixou meio down. Sei que tudo é uma questão de tempo, mas ainda assim é difícil perceber (e aceitar) mudanças tão repentinas. Fico me perguntando como me negligenciei por tanto tempo. Fico lembrando dos planos que tracei (e não cumpri) e do tempo que sobrava para eu me dedicar a coisas saudáveis, e que perdi dormindo, muitas vezes. Sei e recordo, que muitos momentos o corpo estava exausto, moído, mas ainda assim, podia ter me esforçado mais. Talvez, se tivesse com os músculos mais fortalecidos não teria acontecido isso... talvez, talvez.
Mas o fato, é que o maiô, a touca e o roupão da hidroginástica ficaram intactos no armário e eu, estou aqui. Contudo, muito aprendi nesses 26 dias que estou de cama. Aprendi a olhar um pouco mais para mim e a valorizar ainda mais coisas simples, embora eu sempre as tenha valorizado! Sempre podemos valorizar a vida mais um pouco. Hoje perdi um pouco a pressa. Tinha sempre pressa, pressa, pressa e pressa. Vivia correndo de um lado para o outro e vocês sabem, meus diletos leitores, comentava aqui várias vezes que minha vida mais de assemelhava a uma "gincana". Mas toda máquina precisa de ajustes. E a minha, está em manutenção por tempo indeterminado, embora que à minha revelia.
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