Eu tenho orgulho bestas. Eu tenho orgulho, por exemplo, de ser quem eu sou. Orgulho de produzir algo legal, de ajudar alguém, de ser amiga de verdade. Pra mim, ligar para alguém pra saber como ela está, por exemplo, faz toda a diferença. Manter uma amizade sem precisar se falar ou se ver todos os dias, pra mim também é motivo de orgulho. Taí um orgulho besta. Sim, pois há também o orgulho prejudicial, aquele que magoa, que ofende, que causa dor. Tenho orgulho em me preocupar com os que amo, em me sacrificar muitas vezes, para ver um sorriso no rosto do outro. E quer saber? Eu me acho especial. Por mais na merda que eu esteja e que eu reclame horrores (e eu reclamo, viu?!), no fundo eu acho que tudo vai dar certo e que amanhã será sempre um dia melhor que hoje. Eu acredito naquela promoção do jornal, acredito que vai fazer sol, acredito que os que amo vão lembrar do meu aniversário, acredito que o buzú vai passar, ainda que eu chegue atrasadíssima no ponto, que o dinheiro vai dar pra pagar a conta, que o bolo não vai solar, afinal, eu sou eu!
Não é que eu me sinta melhor que as outras pessoas, mas eu tenho orgulho de mim. Das coisas que eu consegui, das coisas que já enfrentei, das pessoas que já perdoei, do show que tive coragem de ir (da banda que não conhecia), de comentar sobre aquele livro que ninguém gostou e que eu gostei, comentar as qualidades daquela pessoa que tanto amo e que ninguém valorizou.
Em resumo: tenho orgulho do que me torno a cada dia e do que ainda vou fazer. Mesmo quando meu coração dói (como está doendo agora) eu não perco a esperança de um dia melhor. Tenho principalmente, orgulho de não ter orgulho e assim, não desistir das coisas e das pessoas que eu (ainda) acho que valem à pena.
