Cheguei em casa há exatamente quarenta minutos. Quinze devo ter passado embaixo do chuveiro, descarregando todas as energias negativas adquiridas na minha volta pra casa. Confesso que vinha dentro do ônibus pensando mil e uma formas de matar o meu dentista. Na realidade os pensamentos variavam, desde uma morte lenta, até um cativeiro a pão e água. Requintes de crueldade passaram na minha cabeça, quando eu me lembrava de que fora ele que me fizera estar naquele busú lotado em plena hora do rush. Não tinha uma hora mais inapropriada para ele marcar pra me atender?
A cena era essa: eu tentando me equilibrar no meio do corredor de um ônibus linha Pau da Lima, com uma bolsa e duas sacolas. Pra acabar de lenhar, peguei um ônibus especial para cadeirantes. Pelamordedeus, nada contra os cadeirantes, afinal eles não tem culpa de nada, a culpa é de quem desenhou o maldito ônibus para cadeirante. Só quem anda de coletivo sabe o que significa andar num ônibus como esse. O dito cujo não possui lugar suficiente para o passageiro se segurar, principalmente em alguns pedaços do corredor, o que implica, para alguns, um verdadeiro exercício de alongamento, enquanto para outros, a queda!
É uma verdadeira gincana transitar num troço daqueles. E olha que eu ainda consigo alcançar os poucos ferros de apoio que há naquela miséria. Pior são os baixinhos que faltam se estabacar no chão. Aliás sabe por que eles não caem?? Não?? Porque se apoiam nos que conseguem se segurar, oras. Como a idiota aqui, por exemplo. Hoje uma senhora quase arranca a bolsa do meu braço tentando se aprumar. Ooooolha gente, é a treva!!! Meu povo, o ônibus estava tão cheio, mas tão cheio, que fui mudar de posição tentando descansar meu joelho e nessa tirei o pé do lugar. Pra que, meu Deus do céu? Pra que eu fiz isso?? Quem disse que consegui colocar o pé de volta no lugar? Gézuis... um calor senegalês, um abafamento infernal e eu lá, suando, imaginando se a morte seria mesmo o pior castigo para o meu dentista. Eis que surgiu um pensamento brilhante: não podia desejar a morte do infeliz! Não sou pessoa de desejar o mal para ninguém. Mas por um momento desejei do fundo da minha alma, com todas as forças do meu ser, vê-lo ali em pé no meu lugar. Pronto! Para mim era suficiente. Bastava vê-lo com toda aquela sorte de banhas, em pé, naquele Pau da Lima lotado.
Pena que nem pude gozar daquela alegria momentânea, pois me lembrei que o coletivo agora também possui assento especial para obesos (Oi?). Aquele filho da puta gordo ia se safar de um jeito ou de outro. Humpf...
É uma verdadeira gincana transitar num troço daqueles. E olha que eu ainda consigo alcançar os poucos ferros de apoio que há naquela miséria. Pior são os baixinhos que faltam se estabacar no chão. Aliás sabe por que eles não caem?? Não?? Porque se apoiam nos que conseguem se segurar, oras. Como a idiota aqui, por exemplo. Hoje uma senhora quase arranca a bolsa do meu braço tentando se aprumar. Ooooolha gente, é a treva!!! Meu povo, o ônibus estava tão cheio, mas tão cheio, que fui mudar de posição tentando descansar meu joelho e nessa tirei o pé do lugar. Pra que, meu Deus do céu? Pra que eu fiz isso?? Quem disse que consegui colocar o pé de volta no lugar? Gézuis... um calor senegalês, um abafamento infernal e eu lá, suando, imaginando se a morte seria mesmo o pior castigo para o meu dentista. Eis que surgiu um pensamento brilhante: não podia desejar a morte do infeliz! Não sou pessoa de desejar o mal para ninguém. Mas por um momento desejei do fundo da minha alma, com todas as forças do meu ser, vê-lo ali em pé no meu lugar. Pronto! Para mim era suficiente. Bastava vê-lo com toda aquela sorte de banhas, em pé, naquele Pau da Lima lotado.
Pena que nem pude gozar daquela alegria momentânea, pois me lembrei que o coletivo agora também possui assento especial para obesos (Oi?). Aquele filho da puta gordo ia se safar de um jeito ou de outro. Humpf...
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