sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alegrinha.

Há pouco estava murchinha. Agora estou alegrinha. Seria obra das quatro Smirnoff Ice que eu bebi? Oi?

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sem título.


É fácil amar o outro quando o outro está contente. É fácil amar o outro quando sua conta bancária está no azul e tudo o que ele sabe dizer é “eu dou”, “eu faço”, “eu vou”.  É fácil amar o outro aparentemente inteiro, aparentemente estável. Que quando sofre não faz barulho, nem incomoda com seus gemidos. É fácil amar aquele que aprendeu durante a vida a usar uma máscara que o permite ter a mesma cara sempre; ao fechar um grande negócio ou ao perder aquele investimento. Aquele que passa a noite em claro, sozinho com seus problemas, mas que no dia seguinte está de pé, disposto e servil. É fácil amar aquele que se mostra sempre arrumado, de cabelo aparado e barba atualizada. É fácil amar o outro na mesa de bar, enquanto se conversa abobrinhas e a cerveja é gelada. É fácil amar o outro no churrasco de domingo, nas recepções extravagantes, enquanto o dinheiro e o whisky ainda não acabou. Difícil é amar quando o outro desaba, quando está descrente, quando perde o charme, a sedução. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que ninguém mais ficou, nem mesmo para limpar a sujeira ou catar os copos sujos espalhados na grama. Quando até o próprio espírito parece haver se retirado. Difícil é amar o outro quando já não encontramos motivos para justificar esse amor. Quando não sabemos notícias e a ausência nos inquieta. Difícil amar o outro quando ele parece ter desistido de você e principalmente dele próprio. Quando os seus medos denunciam os teus e põem em risco o propósito que você cultivou em não demonstrar fragilidade. Quando a exibição da sua fraqueza expõe, de alguma forma, também a tua. Quando o seu pedido de ajuda, não chega até você. Quando você se sente inútil. Difícil é amar o outro que permite, que sua estupidez o impeça de caminhar ao seu encontro. Difícil é amar o outro que repete aquela mesma ação que sabe que irá te magoar e, por mais que você se esforce, não consegue entender o por que. Difícil é amar aquele que se tranca na própria solidão, ainda que acompanhado. Que convive com a indiferença, com o aparente conforto de quem mora à beira-mar. Que sua autoestima se torna tão pequena a ponto de não acreditar num elogio. Difícil é amar quem não acostumou a ser amado.

sábado, 21 de abril de 2012

Yes, I am.

Yes. I'm happy that not dick in the trash.

Trinta e cinco.

Eu não sei explicar em que idade a vida começa de verdade, só sei que para mim ela parece estar começando agora, depois dos trinta. Não que apagar velinhas signifique muita coisa mas a experiência que essa convenção me trás, é que me parece significativa. 
Não sou preconceituosa com os jovens mas percebo que a cada dia estou menos paciente. Não tenho mais tempo a perder. Com o passar dos anos enxergamos melhor as coisas, ficamos mais calmos, mais seletos e temos menos pressa para algumas coisas. Observamos mais, aproveitamos mais, aprendemos mais. É como se nosso cérebro estivesse mais "afiado" para sabermos usufruir certos prazeres que a vida tem a nos proporcionar. Mas há um paradoxo nisso tudo, sabe por que? Porque com o tempo vamos deixando de fazer certas coisas, de aproveitarmos certas coisas. Quer um exemplo? Lembra aquele velho "bate e volta" no São Pedro? Aquela viagem sem hospedagem certa e com o dinheiro contado? E aquelas noites perdidas que você ainda ia trabalhar de "virote"? Te parecia bom, não é? Mas isso ficou para trás. Com a idade, aprendemos a dar valor a palavra "conforto". As multidões e aglomerações não são mais uma diversão para você. Nem mesmo aquela festa "lotada", "bombando" te parece divertida. Aliás, nenhum lugar em que você precise pegar fila para entrar e para sair. Os círculos de amizade vai ficando cada vez menores. Você percebe que até para conseguir conciliar um dia para um churrasco entre amigos é complicado. Por várias questões: trabalho, estudo, filhos, etc. A maioria dos seus colegas estão casados. E os separados, estão como você. Os solteiros, nessa faixa etária (em regra), são problemáticos. Você agora, prefere ficar em casa. A rua não tem mais os mesmos atrativos. Desfilar pelos barzinhos da moda não tem mais nenhum encanto. Nem sair pela noite fechando boates com os pés apertados no salto alto. Aquele restaurante chique e barulhento, não te enche mais os olhos. Você prefere um lugar mais tranquilo, com uma companhia agradável, onde você possa falar e ser ouvido sem precisar fazer esforço. Mas um dia você ouve de alguém que está "ficando velho" e resolve sair na night para beber umas e outras. Observa os casais e os solteiros... e nota que a maioria parecem bêbados, exibidos e estúpidos. Você não tolera nada que altere a sua consciência. E percebe que nenhuma daquelas pessoas merece te conhecer melhor. Você não tem mais tempo a perder. E por um momento você se pergunta: que merda eu tô fazendo aqui? E sente saudade de seu chuveiro, de sua cama quentinha e cheirosa... será que você não está muito intolerante?
E tenta um teatro, um cinema, uma viagem. Mas percebe que você tem outras prioridades. E sua segunda graduação? E sua pós? E o inglês? Seu dinheiro não é capim para você jogá-lo fora com qualquer bobagem. Então você percebe que está cada vez mais exigente e se afastando mais da realidade, do que você vê. Porque o mundo infelizmente é feito de futilidades. De pessoas que valorizam mais o que você tem, do que o que você é de verdade. E daí você se pergunta: e o que eu sou de verdade? Se eu sou tão especial assim, tão bom assim, então por que eu não tenho sorte? E o que é ter sorte? É ter um carro do ano? É ter um apartamento com piscina? Um(a) namorado(a) para mostrar a sociedade?
Mas a gente estava falando de coisas boas... 
Nesse momento você já tem em mente uma lista do que é aceitável e do que não é para você. Mas ninguém tem resposta para tudo. Nem mesmo com trinta e poucos anos. Você olha para os erros que cometeu no passado e percebe que cada vez mais eles estão se distanciando. Mas e você? Você também não está ficando para trás? Não resta mais saída. O jeito é continuar avançando, vivendo um dia de cada vez. Aproveitando o "hoje" porque o amanhã é incerto. E porque a todo momento nossa vida parece instável. Nunca estamos 100% seguros do que queremos. Porque crescemos, a verdade é essa. Estamos sempre em busca de alguma coisa. 
Mas o certo é que você aprendeu a se amar. A se respeitar e respeitar seu espaço, seu corpo, suas opiniões. Você não é mais "Maria vai com as outras". 
Ficar sem sair no final de semana não é o fim. Não ter algo programado pro feriadão não é a morte. E mais: ficar em casa numa sexta-feira à noite não é falta de opção e sim uma escolha! Aliás, ficar em casa ouvindo Sade e bebendo um vinho te parece a melhor coisa do mundo! E se for bem acompanhada, melhor ainda. ;)

Nota da autora: Sim, eu tenho trinta e cinco.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

JR.

Amigo meu (e leitor) me telefonou ontem. Confesso que olhei pelo visor e não tive coragem para atender. Sei que ele deverá ler este post e (também confesso) que isto é o que parece: um recado. Então vamos lá...

Amigo, sabe que sua amiga aqui não costuma mentir. Também não costumo dissimular sentimentos. Por isso, respondo a pergunta que me fez hoje por sms: "Tô muito chata esses dias". 
Não é nada com você, mas comigo. Sabe que temos incompatibilidade de gênios, embora sejamos amigos. E mesmo reconhecendo sua humildade e lealdade (e considerando que amigo é para todas as horas), você não merece meu mau humor. Definitivamente, você não merece escutar lamúrias. 
Por muitas vezes te fiz depósito de meus problemas, te enchi com minhas conjecturas e teorias. Já falamos de tudo (ou quase tudo): astrologia, espiritismo, família, dissabores... mas estes dias quero te respeitar, quero sinceramente respeitar nossa amizade. Obrigada pelos seus ouvidos pacientes, pelos conselhos afetuosos. Obrigada até pelas suas brincadeiras antipáticas e inoportunas que acabam sempre me fazendo sorrir, mesmo que intempestivamente. Obrigada por me aceitar e me amar do jeito que sou, com todos os meus defeitos (e são muitos!) e por compreender que só sei amar errado, às avessas. 
Sei que se preocupa comigo, que telefona muitas vezes para saber como eu estou e eu, muitas vezes, pedra de gelo. É você que sempre lembra de mim na Páscoa, no Natal, no Dia das Mães... mas é que sou assim mesmo, bicho do mato. Pra você ter ideia, não tenho nem planta em casa. Elas não iriam me suportar. (risos)
Desculpe por não te atender às vezes. Me desculpe de coração. Acredite, isso muitas vezes dói mais em mim, mas quem me conhece, sabe. Sou meio trololó mesmo. É uma limitação. Minha forma descompensada de ser. Mas não é nada pessoal. Isso vale até para um monte de gente. Sei que quem não é de verdade, acaba não ficando, acaba não aguentando, acaba partindo. Mas na oração do Nosso Pai tem uma passagem: "Livrai-nos do mal, amém!" Não é assim? É porque não é de ficar mesmo. Mas você está sempre aí. E me respeita. 
Obrigada por me respeitar. Obrigada por fazer parte desse meu Pequeno-Grande-Universo-Paralelo. Mesmo sem saber se nos reconheceremos no shopping (risos)... se você estará de barba e eu mais magra, ou se você estará careca e eu ainda mais gorda, não importa. O importante é que somos almas afins e que você está sempre presente em minhas orações. 
Por ora, perdoe essa sua amiga maluca e continue ligando. Não desista de mim. Quem sabe, uma hora eu atendo?? rsrsrsrs.

P.S.1: Sabe que eu perco o amigo mas não perco a piada.
P.S.2: Conhece aquela frase clichê? "No dia em que eu passar por você e não sorrir, esse vai ser o dia em que mais vou precisar de um sorriso seu."

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Envergonhada e agradecida.

Essa é a palavra mais apropriada para o que estou sentindo. Vergonha. 
Agora há pouco vinha chorando no ônibus. Chorei copiosamente andando pela rua e por mais que tentasse parar, foi inútil. Mais uma vez me senti pequena, frágil, sozinha. Me senti uma formiguinha. Não sei. Há dias em que é assim. Imagino que isso deva acontecer com pessoas normais, com gente simples, feitas de carne e osso. 
Fiquei triste sim. Fiquei triste, porque comecei a pensar na minha vida e em quantos leões eu tenho que matar por dia. Acordei cedo. Saí com duas horas de antecedência para um exame e ainda tinha que estar em jejum. Cheguei meia hora antes do horário marcado (conforme orientação da clínica) e fui atendida "uma hora e meia depois". Me senti desrespeitada. Fiquei observando a atendente explicar que a médica estava "presa num engarrafamento". Ora... eu também peguei engarrafamento, e ainda de ônibus. Mas, por saber que tinha compromisso, acordei às cinco e meia da manhã. Sei que ninguém tem nada a ver com isso e que imprevistos acontecem (e como eu mesma digo, imprevistos não marcam hora na agenda) mas teria mesmo o atraso da médica se dado por um imprevisto?  Entrei na sala tão chateada, que até esqueci de pedir o atestado de comparecimento. Saí da clínica e parti para o dentista.
Cheguei ao consultório por volta das dez e meia e sabe que hora eu fui atendida? Uma da tarde. Isso mesmo. Uma e quinze mais precisamente (é importante não esquecer os fatídicos quinze minutos). Dessa vez tudo bem... o dentista coitado, também estava sem almoçar e imagino que ele também não tinha feito sequer um lanche, pois desde o momento que pisei os pés no consultório, não parou de entrar gente. Mas outro fato aumentou meu desapontamento. Fui a última a ser atendida e ele já estava com pressa. Nessa presa, quase que não observou que meu dente havia inflamado (o mesmo que havia tratado com ele na quarta-feira passada) e ainda insinuou que havia sido "falta de cuidado". Por parte de quem, cara pálida? Por minha parte? Quer dizer que gosto de sentir dor?
Vida que segue, reclamou que eu deveria ter tomado os remédios que ele "sequer havia receitado". Ele havia receitado outros remédios (oi?). Olha, eu estava tão chateada, com tanta dor que mal tive forças para retrucar. Saí do consultório com minha a lista de antibióticos e parti pra farmácia. Não consegui comer nada sentindo dor e ainda fui recomendada a ingerir os remédios o quanto antes. Abri o choro. Não tive forças para mais outra coisa além disso. 
Passei na farmácia, gastei uma grana e não podia deixar de lembrar da imagem do dentista, praticamente me chamando de negligente. Chorei ainda mais. E vim chorando durante todo o percurso para casa. As pessoas me olhavam e eu tentava me esconder atrás dos meus óculos escuros. O motorista corria muito e o ônibus tombava. O dente latejava. Até que cheguei no meu ponto. Desembarquei num ponto improvisado na Paralela, onde a prefeitura está construíndo (há não sei quantos anos) ou tentando construir uma passarela. Fiquei quase na pista esperando o sinal fechar para atravessar a rua, quando olhei para o lado e vi a cena que iria mudar o meu dia. Eu vi um cadeirante. Tudo bem, diariamente cadeirantes trafegam pela cidade e vocês devem estar pensando: o que há de mais nisso? Só que eu tenho certeza que esta foi a maneira que Deus encontrou para falar comigo. Isso mesmo! Deus conversou comigo através daqueles dois homens.
Não foi só o cadeirante que chamou minha atenção (um senhor, com aproximadamente uns quarenta anos) mas também o homem que o acompanhava, um jovem negro, forte e muito simpático. Ambos estavam muito bem vestidos. Sorridentes, conversavam afetuosamente. Pelos traços físicos, pareciam irmãos. E se não fossem consanguíneos, certamente eram irmãos de amizade, de coração e de fé. Eles se aproximaram de mim, como que para facilitarem a travessia. O sinal demorou a fechar. Coloquei a bolsa na frente tentando me proteger do sol, quando ele finalmente fechou. Do outro lado da pista, não havia rampa para deficientes. Ao contrário, haviam três enormes degraus (que dão acesso ao canteiro central) que para uma cadeira de rodas mais parecia uma muralha. Pensei em oferecer ajuda, mas rapidamente lembrei do meu dente inflamado. Mais rápido ainda foi o homem, que em segundos virou a cadeira de costas e com muita força a puxou para cima, antes mesmo do sinal abrir. Imediatamente lembrei da sensação que senti no ônibus e agradeci. Senti novamente vontade de chorar só que desta vez de emoção. 
Como já conhecia o trajeto imaginei como aquele jovem conseguiria atravessar o canteiro e a segunda pista, vez que o caminho é cheio de pedras soltas e de buraços. Próximo a outra sinaleira, o caminho é estreito e há uma espécie de ponte feita de blocos de concreto, sobre uma enorme vala por onde escorre a água das chuvas. Como por milagre eles conseguiram empurrar a cadeira sobre a pequena ponte. Me deu um aperto no estômago quando vi a cadeira enganchar e perceber que uma das rodas laterais estava meio que "pendurada". Mas o homem conseguiu com muita habilidade e força, sustentá-la e atravessá-la, mantendo o cadeirante em segurança. 
Os carros passavam com muita velocidade e o limiar entre nós era somente o meio-fio. O sinal finalmente fechou e o cadeirante se voltou para mim e disse: "Moça, cuidado. Sempre que você for atravessar se certifique que todos os carros pararam! O mundo é muito perigoso."
Então é isso. O mundo é muito perigoso e só vencem os fortes! Agradeci e vim para casa pensativa. Deus falou comigo, é verdade! E eu, que há poucas horas atrás, pensava que tinha motivos suficientes para chorar. Me sentia sozinha e até meio que desamparada. Tolinha.

Nota da autora: Quantos leões aquele bravo homem não haveria de matar por dia? Vale a pena (eu mesma) refletir. 

sábado, 14 de abril de 2012

Quer saber?

Eu quero tchu, eu quero tcha...
Eu quero tchu, tcha, tcha, tchu, tchu, tcha, tchu, tcha, tcha, tchu...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Eu confesso!

Há dias em que é muito difícil ficar sozinha. Hoje foi um dia desses.

Problemas Prosaicos - Parte 2.

Dormi mal e ainda tive que acordar cedo. E não passava o "Brotas". E eu olhava o relógio. E quase caminhei até a orla. E estava com fome. E estava com sede. E tinha que ficar em jejum. E tive que pegar outro ônibus para chegar no horário. E tinha engarrafamento. E suava e me estressava com o cobrador. E havia um homem fedorento ao meu lado. E eu não tinha onde sentar. E o sedativo não funcionou. E não achavam minha veia. E comecei a ficar nervosa e a médica também ficou nervosa. E o exame demorou. E finalmente ela me mandou ir para casa. 
Daí caminhei ainda mais. Suei ainda mais. Senti sede ainda mais. E já estava com dor de cabeça. E o ônibus não passava. E não tinha almoço em casa. E daí foi que deu sono. E tinha que ir pro trabalho. E de longe vi  passar meu ônibus. E deu vontade de chorar. E deu vontade de gritar. 
Foi quando passou um mototaxi... e daí, que gastei dinheiro. E ainda cheguei atrasada. Mas teve inglês! Mas meu celular tocava. E minha mãe me irritava. E a sinaleira não fechava. E ela ligava novamente. E eu discutia e eu andava rápido. E fiz outro calo no pé. E tropecei novamente na escada. E acabei "agora" de lavar as roupas da minha mãe. E pra piorar, acabou o abacate.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Descompensada.

Tinha feito planos hoje a tarde com minhas amigas. Pensei em curtir um Rock and Roll, tomar umas caipiroskas ou um wisky de leve... mas a dinâmica mudou. Sei lá, me bateu uma deprê. Fiquei imaginando a logística, pensando que poderia dar trabalho aos outros. Lembrei de coisas do passado, misturei tudo. Me bateu uma miséria ruim por dentro. Pensei em tanta coisa, lembrei de tanta coisa. Desisti. Sei lá... melhor ficar no meu sofá. Melhor ficar no meu Universo Paralelo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Does anyone care?

Tem gente que é fogo. Que a gente abandona, se afasta, se liberta, mas que ainda nos persegue como fantasmas. Tem gente que é que nem câncer... que nem "quimio", nem "radio" consegue dar conta. Tem gente que é como erva daninha... que a gente mata, põe veneno, mas se restar algum pedacinho de raiz sem arrancar, pega corpo, desenvolve e logo toma conta de tudo. Tem gente que é assim, uma verdadeira praga! 
É esse tipo de gente que não (que nunca!) se conforma com a felicidade do outro. É mal amado e vive sempre pelos cantos, de mal com a vida. Não aceita ver o amor nos olhos do outro. Vive uma vida de aparências, uma vidinha medíocre, miserável, infeliz, mesmo tendo "tudo". Não adianta conquistar nada... nem profissionalmente, nem materialmente. Que adianta se ele não consegue conquistar quem está a sua volta? É preciso estar sempre "comprando" as pessoas (as que estão à venda, é claro), com dinheiro, com  presentes, com carros... e não aguenta olhar e ver o vizinho se divertindo com um churrasco! Não admite que o outro seja capaz de ser feliz com tão pouco (como é possível?), com o básico, sem supérfluos e sempre olha (através da sua varanda) e vê a grama do vizinho sempre mais verde que a sua! É amargo, raso, vazio, cheio de traumas e não se conforma em ver o outro como ele é, e feliz! Prefere acreditar em suas verdades e manter a pose, o posto. Quer ganhar respeito através da força, da autoridade, da imposição, sem compreender que o amor é leve e totalmente desprendido. Quer ganhar atenção através da lágrima do outro ou ter prazer em ver o choro reprimido, a vontade sufocada, o prazer podado. Quando cede, sempre suas ações tem ar de "esmolas". No fundo ele sempre dá um jeito de impor a sua vontade e nunca valoriza (nem respeita) o desejo do próximo.
Não é assim que se vive. Não é assim que se conquista, que se ganha, que se faz amar. Não é impondo a sua presença, nem a do outro ou impondo regras extremadas. 
O amor é livre. E é por isso que há muito amor em mim (e para mim). Porque aprendi (e compreendi a duras penas) que quem ama, liberta!

Vê se entende! Já passou da hora.

Miserávi.

Colega minha de trabalho foi ao médico hoje. Na ante-sala, aguardava para ser atendida quando entrou um mendigo no consultório. Com aparente estado de embriaguez, o bruto começou sua oratória diante dos olhares assustados dos pacientes:
"Minha gente, queria pedir a ajuda de vocês... tô aqui com essa doação (mostrando uma lata de leite) e queria que você me ajudassem com qualquer moeda, pois tenho muitos filhos pra criar. Alguém aqui teria coragem de me ajudar?" 
E com os olhos arregalados, mirou cada um dos pacientes que estavam sentados. Um minuto de silêncio depois (vendo que ninguém se manifestou), o mendigo bradou: " Lote de miseráaaaaavi!!!" (Oi?) E saiu, incrédulo.

Eu ri, viu?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Problemas prosaicos.

Perdi o ônibus pro trabalho e o outro demorou a passar. E eu cheguei atrasada. E não passou carona. E derramei café na blusa. E tinha almoço pra pagar, fatura, luz. E fiz um calo no pé, tropecei na escada e estava apertada pra fazer xixi. E não achava a chave na bolsa, me irritava e xingava. E tinha uma lagartixa no banheiro. E acabou o guaraná zero.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pouca sorte! (Parte 2)

Levantei às seis e meia da madrugada, tomei um banho rápido e encarei a ladeira. Às sete já estava dentro do "Nordeste" via Paralela. O engarrafamento estava fenomenal e não havia um lugarzinho sequer para eu sentar. O ônibus estava simplesmente lo-ta-do! Pra minha infelicidade uma criatura ainda resolveu se deitar na pista em plena avenida ACM, o que piorou consideravelmente a porcaria do engarrafamento. Por que ela não resolveu se estirar na 324? Humpf... Detalhe: cheguei 40 minutos atrasada para o exame. Entreguei os documentos ao recepcionista e rezei para ainda ser atendida. Sentei na ante-sala e me dei conta do quanto estava suada. Mal tive tempo de me secar no ar-condicionado, ouvi o atendente me chamar. "Dona Cleane, acho que a senhora se enganou. Seu exame está marcado ainda para o dia 16 de abril (Oi?).
Um minuto de silêncio. "Impossível, amigo. Tenho certeza que era hoje. Esperei este exame como quem espera  a primeira bicicleta. Deve haver algum engano..."
Ele lamentou e eu não tive reação para mais nada. Me deu uma vontade enorme de chorar, sem exagero. Acordei cedo, encarei aquele maldito engarrafamento por mais de uma hora e meia (e em pé), gastei passagem, fiquei em jejum para o tal exame por mais de 13 horas e tudo isso em vão??
Inconformada, caminhei até o ponto mais próximo. Já no trabalho me animei um pouco. Hoje estava marcado nosso "amigo-secreto de páscoa". Nada como um chocolate para aumentar a endorfina.
Mas a turma estava indecisa. Três colegas não puderam ir trabalhar hoje e o amigo-secreto estava desfalcado. Eu que já sentia o gosto do chocolate na boca, estava na torcida para que ele não fosse adiado. E assim aconteceu. Tudo corria muito bem, diletos leitores, se não tivesse acontecido o óbvio (que rufem os tambores!!): "minha amiga-secreta estava entre uma das três colegas que não veio trabalhar". Oi?

Sem comentários. rsrs