quinta-feira, 2 de junho de 2011

Incrédula.

Esse negócio de morar sozinha às vezes cansa. Tem dias que penso que seria bom chegar e encontrar jantarzinho pronto, chocolate Talento como sobremesa, um vinhozinho para aplacar o estresse e um homem que soubesse fazer pequenos reparos, por que não? Utopia. Quer saber o que fiz hoje quando cheguei em casa? Me joguei no sofá. Exausta, percebi que ia dormir ali mesmo, então parti pro banho. Daí quando abro o chuveiro, bateram na porta. Insistente, bateu com mais força. Me enrolei na toalha e fui procurar algo pra vestir. Abri um pouquinho a porta, o suficiente para ver que era o filho da vizinha.
- Tia, a senhora pode apanhar uma bolinha que caiu aí dentro da sua casa? (Oi?)
Fiquei pensando como isso seria possível, pois o basculante da área de serviço possui orifícios de ventilação muito pequenos, contudo imaginei que a bola deveria ser ainda menor.
- Espere aí que vou verificar se sua bola está aqui mesmo.
Fui até a área e quando puxei a máquina de lavar roupas (sim, a quase finada) e aí, tcharãmmmmm... a mangueira soltou da torneira e começou a esguichar água pra todos os lados. Tomei o maior banho!! Desliguei rapidamente o registro e fui ter com o guri.
- Olha, sua bola não está aqui, mas me causou o maior prejuízo.
- O quê, tia??
- Nada! Procure direito lá fora. Aqui ela não está.
E voltei pra área pra ver o tamanho do problema. Tudo bem, não há motivo para pânico, pensei. Mas a coisa era maior. Com a pressão da água a extremidade da peça (que une a máquina a torneira) desmontou e eu só fui boa com quebra-cabeças quando criança. Notei que a peça estava coberta por fita veda rosca e o primeiro passo foi localizar a fita na gaveta de trecos. Foi quando notei o segundo problema: a peça plástica desgastada pelo uso rompeu e eu não conseguia remover o pedaço quebrado preso à rosca. A dita-cuja não saía nem por decreto. Minha paciência foi escoando pelo ralo...
Com 50% menos paciência, peguei uma faca e comecei a forçar a rosca: - Larga essa merda!!! Gritava com a peça. Lutava sem êxito com a infeliz, até que o pedaço quebrado se desprendeu e eu comecei a tentar consertar, mas estava complicado. Elas eram desconexas e eu não entendia como aquilo funcionava, até que pra piorar descobri uma borrachinha no chão. A borracha tinha um furo central e era maior que a rosca de encaixe com a torneira. Fodeu! Suspirei. Com 80% menos paciência tentei em vão descobrir o locar exato da borracha. E tome fita veda rosca pra tentar unir aquelas peças. Comecei a forçar mais e mais, mas daí a porra da torneira começou a entortar, a miséria da peça desmontou, depois vi voar uma borrachinha, depois uma porca. Aí percebi que havia quebrado uma unha e, foi o fim! Me “retei”, peguei borracha, rosca, fita, o escambau e larguei aquela desgraça toda lá. Inferno!
Vou é tomar meu banho. Depois avalio como consertar aquela porcaria. Talvez encontre a peça no Ferreira Costa, sei lá. O fato é que mais uma vez, estou sem poder lavar minhas roupas. Ó vida, ó azar! Humpf...
Nota da autora - Lembrei de uma frase que ouvi certa vez: “Você não possui a habilidade necessária para conduzir determinados problemas...”
Pelo visto, eu também não.

2 comentários:

  1. Vc me surpreende com esses repentes de inteligência ! Tinha que mexer na maquina?! Só Deus nesta causa viiu ! kkkkkkkkkkkkkkk Jeeeu

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  2. Pois é, filhote...pra você ver que miséria pouca é bobagem. Humpf.

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