Confesso: estou de TPM. Aliás, o que há de mais moderno em termo de TPM. Mas também confesso que não é apenas TPM o motivo do meu mau humor, da minha falta de tolerância e de minha indignação com algumas questões. Comentei esta semana que espero um pouco mais da vida e continuarei esperando. Tenho certeza que me esmero em tudo o que faço e procuro ser uma pessoa melhor a cada dia, por isso aguardo recompensas. Mas não sei, acho que meu check list veio errado.
Enquanto isso, o Globo Repórter (que ontem não estava no coração do Brasil nem no coração da puta que o pariu) me reforça a ideia de que se eu não melhoro de vida, a culpa é minha. Desta vez, contou a história bem sucedida de uma mulher que resolveu ser mãe aos 49 anos de idade, depois de concluir doutorado de não sei o que. Engraçado. Adivinha onde ela conheceu o pai do seu filho? Através da internet, numa sala de bate-papo. Nada contra. Também, não me surpreende o fato dela ter tido: a faculdade, a pós, o mestrado e ainda o doutorado (Oi?), para encontrar alguém com quem pudesse manter um relacionamento sério e duradouro. Me surpreende o fato dessa mesma mulher (que supõe-se pelo nível de estudo, tratar-se de pessoa de conhecimentos múltiplos), não ser capaz de dividi-los com outras pessoas, ao menos numa mesa de barzinho.
Semanas atrás, o mesmo Globo Repórter mostrou o sucesso de pessoas que trabalham mais de 12 horas por dia, estudam, cuidam da casa e ainda tem tempo para curtir um partido alto. Ou seja, mostrou didaticamente que se Dona Maria e Seu Alcides podem, por que você não pode? Falta tempo? Tempo não é o problema, você é que não sabe aproveitá-lo! E pra que dormir? Oito horas perdidas dormindo? Vai arrumar um trabalho de vigilante, oras! Um call center na madrugada, um curso técnico de enfermagem, para dar um plantão num hospital? Humpf.
Conclusão: se você deve cartão de crédito, está sempre no limite do cheque especial, pendurada em empréstimos, ou ainda está encalhada, a culpa é sua, que não faz como Dona Maria, Seu Alcides ou como Dona fulana da internet.
Em resumo: trabalhe, faça o “exame da mama”, e quem sabe um dia você chega lá. Na pior das hipóteses, você pode aparecer no Fantástico, com aquele monte de contas nas mãos, ao lado de um economista que irá mostrar a você como administrar, investir e capitalizar seus vencimentos dos três empregos e ainda comprar uma bicicleta (pra economizar o dinheiro do buzú).
Enquanto isso, eu que dou duro todos os dias, não sei onde meu salário deste mês foi parar. Se você se bater com ele por aí, por favor, peça para ele voltar, que estou precisando muito dele. Quem sabe ele não foi parar no coração do Brasil com o pessoal do Globo Repórter?!
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