quinta-feira, 24 de março de 2011

Meio trololó.

É grave a crise. Há meses que estou até mais light, mas há mês que o bicho pega e não consigo gerir meu tempo.

Semana passada, recebi um e-mail de Mestre dos Magos que falava mais ou menos disso. Ele escreveu: "Pra você que tenta salvar o mundo"... anexo, um texto de Danuza Leão (meio feminista) que abordava a difícil tarefa das mulheres em administrar o tempo entre funções domésticas, trabalho, maternidade e ainda agradar seus respectivos. Engraçado é que ainda conseguimos a façanha de darmos conta de tudo isso (de ousada que somos, rs). Mas claro que alguma tarefa sempre sai prejudicada. Não podemos ser boas em tudo. É daí que surgem as prioridades. Mas como definir as prioridades?

Atualmente, minha prioridade tem sido eu. Tenho me amado como nunca. Tenho feito minha comidinha, meu lanchinho, tenho orado, procurado dormir cedo, tentado fugir de problemas e de gente chata. Tenho corrido léguas de pessoas melindrosas e, gente mau humorada, passo longe! Ainda tenho procurado falar menos. Percebi que nem sempre as coisas são como parecem. Muitas vezes fazemos um comentário com alguém, achando que aquilo vai ser bom, que a pessoa vai comungar com nossa felicidade, mas é exatamente o contrário. A felicidade às vezes incomoda e temos que ser egoístas curtindo nossa felicidade sozinhos. É. O mundo é estranho. As pessoas são estranhas. Fazer o que?

O fato é que muita gente cobiça o que é do outro. Morar sozinho, por exemplo. Sempre ouço alguém dizer que daria tudo para estar no meu lugar. Mas, pouca gente sabe a odisseia de morar sozinho. Pouca gente sabe o que é sentir uma dor no meio da noite, ou ter febre num final de semana. Ou ainda fazer feira, pagar contas, cozinhar, lavar e passar sua própria roupa, limpar casa, trocar o maldito garrafão de água, trocar resistência de chuveiro...essas coisas. Hoje mesmo, aconteceu algo inusitado comigo. Notem o título desse post: "Meio trololó". É isso mesmo. Já vai saber porque o escolhi. É que de fato, estou meio trololó. Lesada, sei lá. Pode ter sido o sol na moleira do domingo. Ou excesso de felicidade. Me deixou meio indolente. Bom, mas deixa eu relatar o que aconteceu comigo hoje. "Ontem cheguei da academia "elétrica" e não encontrava sono. Daí, como tinha que dar aula hoje cedo, tomei um dramin. Uma técnica milenar japonesa adotada por minha pessoa, rs. Mas tomei o comprimido já tarde e daí acordei lerda, lerda. Tomei banho e custei a despertar. Coloquei o leite pra aquecer no microondas e o pão para esquentar na torradeira, enquanto tomava banho. A essa altura, a prancha de cabelo esquentava noutra tomada. A trilha sonora de hoje foi "Diante do Trono", músicas para louvar, para dar uma amenizada no troço. Ainda enrolada na toalha, puxei a tomada da torradeira e o microondas apitava. Troquei de roupa, escovei os cabelos e fui sorvendo café, enquanto tirava as vasilhas com o almoço da geladeira. Arrumei a sacola da academia, a sacola do almoço com as frutinhas, suco e o iogurte e depois fui apanhar o lixo. Coloquei-o do lado de fora, lavei as mãos (pela milésima vez) e saí apagando as luzes (a casa parecia "festa de largo", tudo aceso) e conferindo as tomadas. Por último, peguei as sacolas, desliguei o DVD e saí na carreira, tentando segurar os sacos de lixo na pontinha dos dedos. Ah! Esqueci de mencionar o guarda-chuva. O bendito não podia deixar de ir. Coloquei a bolsa no teto do carro enquanto abria a porta, acomodava as sacolas e ajeitava o lixo no piso. Detalhe: arrastei o carro (com a bolsa sobre o teto) e me mandei pro trabalho. Ainda parei pra jogar o lixo fora e parti feliz, ouvindo "Os Paralamas do Sucesso". Quando chego na porta do trabalho, cadê a bolsa??? Senti um frio na barriga, uma tontura, misturada com uma vontade de vomitar, uma agonia..., lembrei que os alunos já deveriam estar indo pra sala e não dava tempo voltar em casa e chegar no horário. Deixei a bolsa pra lá. Melhor perder a bolsa, que o emprego. Subi feito louca e encontrei Beyoncé: 
- Que cara é essa, Cleo? Lenda já desceu com a lista e foi receber os alunos.
- É isso não, amiga. É que perdi minha bolsa. (Oi?)


Expliquei o episódio e pedi que ela aplicasse o questionário de revisão com a turma, enquanto eu voava até em casa na captura da bolsa. No caminho, lembrava de meus documentos, do meu "Pen Drive" e lembrei mais uma vez de Mestre dos Magos. Outro dia, brincando ele me dizia que o seu Pen Drive, era sua vida. O meu tambéééémmm!! Buáááá!!! Daí lembrei de meu Ray Ban ($$$$$). Quinhentos conto. Como dizia Piaba, só vinha uma mão na minha cabeça: se fud..., se fud...
Cheguei em menos de dez minutos em casa e quando estacionei o carro, meu vizinho me gritou:
- Vizinha, aqui sua bolsa! Que maluquice é essa, mulher? Ainda te gritei! Tome cuidado dá próxima vez. Será que amanhã esqueço a cabeça em casa??? Hum???"
***
Por sorte, meu vizinho estava na porta de casa pintando um móvel, aproveitando o sol que apareceu hoje no céu soteropolitano. UUUUfa! É a máxima do "pedi e obtereis". Certamente, minhas orações matinais surtiram efeito antecipado. Cheguei na sala e os alunos respondiam tranquilamente o questionário. Melhor que isso foi o curso: foi um sucesso e todos ficaram satisfeitos!


Pai, muitíssimo obrigada!

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