segunda-feira, 28 de março de 2011

Tempos e Verbos.

“Conversavam amenidades. Em determinados momentos conversavam assuntos sérios. Alternavam entre coisas simples e coisas difíceis de serem resolvidas. Talvez aqueles assuntos sérios nem tivessem solução. Mas conversavam e se beijavam. Apreciavam a companhia um do outro. Completavam-se harmoniosamente como o pão e a manteiga, o café com o leite, o queijo e a goiabada. Naquele instante desejavam que o tempo parasse. Não se lembravam do mundo lá fora. O mundo já não existia. Cada minuto que passava, descobriam mais afinidades e tinham ainda mais medo. Oscilavam do Rock ao MPB e estavam radiantes! Lembravam do passado, de como haviam se conhecido e questionavam o destino que os tivera colocado lado a lado, face a face. O passado havia sido perfeito na medida exata de sua imperfeição. Discutiram então o passado. Ora, qual teria sido o objetivo do destino? Não tinham respostas. Retornaram então ao presente. Discutiram os verbos. Recordaram a época de escola e de quão difícil era assimilar o tempo dos verbos. Não teriam assimilado. Não conseguiam conjugar nenhum verbo no pretérito mais-que-perfeito (teriam mesmo conhecido pretérito mais-que-perfeito?), nem sequer lembravam com certeza o que significava o gerúndio, o particípio, o infinitivo; ou o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Sorriram. Sorriam feito crianças!

Decidiram por conjugar um verbo no presente do indicativo. Ahh, esse é fácil! O presente! Seria assim tão fácil? Ah, o presente! Este sim é inexorável. O faziam tomar consciência de seus atos. Qualquer fração que o aplicavam a reflexões sobre ele, fosse um ato praticado ou palavra pronunciada, em questão de segundos já seria parte do passado. Um passado sólido e inalterável.

Não há tempo verbal mais injustiçado que o presente. Sua existência é algo abstrato. Dele dependerá o passado (aquele inalterável). Já o futuro, este é incerto. Conjugar o verbo no futuro é um tanto quanto um projeto audacioso. O futuro (do presente), nada mais é do que o pretérito (perfeito ou imperfeito) que se espera ter.

E esse, eles dificilmente tinham controle.”

2 comentários:

  1. Affffff Amiga!!!!!!
    Me colocou pra ver o tufo!!!!!!!
    Desse jeito eu num aguento!!
    Oh Meu São Barbosa!!!!!kkkkkkk

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  2. Pra você ver, amiga...kkkkkkkkkkk

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