Hoje saí ainda mais cedo de casa. Peguei um engarrafamento tenebroso na Garibaldi, sentido Ondina. Uma confusão. Gente dormindo pelas calçadas, taxistas correndo em busca de passageiros, mototaxistas subindo pelos canteiros, bêbados solitários e lixo, muito lixo. A visão do inferno, eu diria.
Fui cortando caminho ouvindo Jau e consegui chegar ao posto sete minutinhos atrasada. O dia foi tranquilo. Passei a manhã praticamente acompanhando o trabalho dos outros segmentos: guarda municipal, garis, empresas particulares de limpeza, etc. Não houve ocorrências sérias, apenas perda de documentos, furtos simples e mulheres à procura de seus respectivos. Cada hora aparecia uma com a mesma história: “Meu marido (namorado ou noivo) desapareceu e eu vim saber se ele está preso aqui”? Ôh minha senhora, quarta-feira de cinzas ele aparece! Era o que todos tínhamos vontade de dizer, rs. Mulher é um bichinho inocente, né? Humpf...
Já no final do plantão, surgiu um caso triste. Um rapaz, visivelmente distinto, bem vestido, com sua namorada e um casal de amigos, fora surpreendido pelos policiais portando um pó branco, supostamente cocaína. Conduzido ao posto, aparentemente envergonhado, comentou que havia ganhado a droga de um “amigo” e que era recém-usuário. Havia “experimentado o pó” há apenas três semanas. Uma cena triste. A namorada chorava desolada. Ele mesmo confessou que ela não sabia da existência da droga. Não podemos avaliar o que é verdade. O fato é que é decadente, ver um jovem, com trabalho, família, uma namorada jovem, bonita, se envolver com uma porcaria dessa. Azar ou sorte, como comentaram os próprios policiais que o conduziram, serviu de lição para que ele avalie a bobagem que fez e deixe essa vida, antes que a vida resolva o deixar.
Não sei, mas fiquei meio down com o episódio e vim pra casa. Havia até recebido o convite de um colega pra ficar num camarote 0800, mas declinei.
Pois é. Minha vida social frenética não anda mais a mesma. Estou quase pendurando os capacetes, rs.
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