quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cleo, sem tarja preta.

Sou muito transparente. Às vezes é até difícil disfarçar quando necessário. Falo o que me vem à mente, quase que sem pensar e temo por perder o bom senso. 

Muitas vezes não meço palavras, pois creio que falo sem medo de ouvir resposta, desde que não sejam mentiras. Tenho medo sim, de magoar, mas não deixo de falar o que penso. Apenas procuro a melhor forma, sendo inclusive (muitas vezes) difícil de encontra-la, mas tento.

Assim, não tenho que me preocupar se tenho poucos amigos, mas sim, se os que possuo são realmente verdadeiros e os que quero cultivar. Pois sei que, se sabem me aturar e respeitar meu espaço, é porque realmente são meus amigos! 


Não me preocupo em quantidade, mas em qualidade. Sempre fui assim e praticamente esse critério trago para tudo (ou quase tudo) em minha vida. Muitas vezes choro demais, sorrio demais, meio que como criança. Falo o que vejo e às vezes até demais, não consigo ser diferente. Procuro entender razões, motivos, condutas, sempre me colocando no lugar do outro. E só quando não acho saída, não perdoo, muito raramente. Poucas coisas me magoam profundamente e me tiram do sério. Mas quando saio do sério, é muito sério! Não gosto de mim quando me aborreço. Não carrego frases feitas, nem nunca respondo ao “tudo bem” com outro “tudo bem”, quando não está tudo bem. Quando é difícil falar o que eu penso (e que a deixa é omitir ou mentir), aí me complico. Não sei sustentar uma mentira. Nunca soube. Se insistir terá de mim a verdade, quando for inevitável a mentira.  

Dizem que “mentir ajuda a viver” e muitos conseguem viver pacificamente/harmoniosamente com a mentira. E o que é pior, mentir para o outro ou para os outros? Ora, de qualquer forma você estará mentindo para si mesmo. E por não mentir para mim mesma, já perdi muita coisa (ou ganhei muita coisa?) e quando tentei mentir (inclusive para mim mesma), perdi muito tempo. Também pouco do que disse algumas vezes foi suficiente para fomentar rancores ou paixões. 

Não sou adepta da “mentira branca”. Não gosto de ver a mentira como sujeito; quando se mente para evitar conflitos, por medo, por conveniência, por obrigação, por covardia. É quando tudo é motivo para fugir da verdade. O pior é que pra mim a verdade é como insulina. É a contingência maior de que preciso, embora nem todos entendam isso. Por isso me preocupo quando alguém me diz que posso “falar a verdade”, que posso “falar o que eu penso”. Já começa daí uma mentira, pois são poucos os que querem ouvir a verdade.

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