segunda-feira, 30 de maio de 2011

Indignada.

O compromisso de um país democrático, voltado às questões sociais enfatizadas durante as campanhas políticas estão naufragando. Não sei se pela evolução sem precedentes da nossa sociedade ou se pelo contexto atual em que nossos jovens estão inseridos, ou se pela negligência nesses e noutros aspectos tão reiteradamente expostos nos sucessivos governos, eu não acredito em sucesso.

Não significa exatamente uma descrença no governo da Dilma (principalmente/inclusive pelo fato de ela ser mulher), mas talvez pelo simbolismo petista que ela carrega. A responsabilidade de representar uma ideologia secularmente esmagada pelo poder das elites (que pela terceira vez está sendo vencida pela vontade da massa popular) é demasiadamente grande.

Que papo louco é esse, Cleo? Bom, apenas pano de fundo pra decorar meu raciocínio e minha descrença nos projetos de cunho sociais, desde que tenho acompanhado na mídia veiculações absurdas como a de possíveis distribuições de cartilhas meramente “informativas” sobre “homoafetividade” (felizmente embargada pela própria) nas escolas de ensino fundamental e ensino médio e ainda essa ideia estapafúrdia (no meu ponto de vista) da liberação (iminente) da maconha (me belisque aí!).

Ao que me parece torna-se equivocada toda e qualquer esperança depositada no futuro do nosso Brasil “moderninho”. Não sei. Não considero pessimismo, apenas estou desapontada. Confesso que o governo Lula, tido como assistencialista, preocupado em assegurar a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros desfavorecidos deu certo (para eles), mesmo em detrimento dos reais problemas da sociedade. Mas o fato é que o bolsa família (me nego a falar disso) não resolve tudo, principalmente problemas comportamentais. A educação ainda é a bola da vez, mas a relação entre esses  assuntos são forçosamente indissociáveis.

Estava pensando na opinião que o vereador e cantor Agnaldo Timóteo proferiu em um programa de televisão, sobre o comportamento da cantora Ivete Sangallo. Ele mencionou a importância e a responsabilidade social que a imagem de uma pessoa pública como a Ivete possui. De certa forma ele tem razão, observe. Quer queira, quer não, pessoas como a Ivete são formadoras de opinião e principalmente seus fãs, na maioria adolescentes, acabam tendo como “educadores”, além da própria Ivete, o Bocão, o Dourado do BBB, a Bibi e a Leila da novela das oito, o louro José e os Teletubbies. Lembram da sua declaração em cima de um trio elétrico em pleno carnaval baiano? "Sou Pirivete!!" Nossa, imagine essa informação na cabeça de uma menina (inocente, ou sem uma educação caseira) de 13 a 17 anos? Logo, logo, ela vai tentar se transformar numa "pirivete", na tentativa de parecer com sua ídola. E quais são os requisitos para virar uma pirivete? Pintar os cabelos? Usar roupas apertadas? Ou atitudes mais "radicais"? Certamente, para virar uma "pirivete" se for preciso beber, ela irá beber. Se for fumar, ela poderá fumar e daí em diante. Nada contra a Ivete Sangallo (pelamordedeus) mas também não sei por que os comentários de Timóteo causaram tanta polêmica. Na realidade estamos cansados de saber que a maioria dos jovens de hoje estão sem referências e são altamente influenciáveis, além de estarem sendo criados (e mau educados) pela TV e pela internet. Não é à toa que todos os programas da TV aberta abordam os mesmos assuntos e copiam sempre aquele modelo que deu certo. Ontem parei para assistir os programas televisivos de domingo. Mudei o canal diversas vezes e estava lá: caricaturas de reality shows, os vídeos mais vistos da internet e seus “produtores”, transformação de "não sei quemzinho", “descubra quem são os casais” (entre gays, lésbicas e heteros) e etecetera e etecetera, sempre no mesmo “modelito”. O pai que estava no jogo do Bahia X Flamengo, a mãe que estava batendo pernas no shopping enquanto o filho estava “seguro” em casa assistindo TV, certamente não deve ter tido a oportunidade de ter acompanhado (e orientado seus filhos) esses e outros assuntos muitíssimo interessantes (ironia) como a exemplo, a enquete do fantástico sobre a liberação da cannabis sativa que surpreendentemente sabe qual foi o resultado???? Sabe??? (Já sei, você estava no Pituáço né??? rs) Ok.

Veja o que aconteceu com o cigarro: este passou a ter cores, cheiro e sabores para conquistar o público jovem, uma vez que a diminuição do consumo entre a população de 30 a 50 anos (agora mais consciente) caiu consideravelmente. Manipulados pela propaganda de "liberdade e poder", jovens entre 17 e 25 anos atualmente são os maiores consumidores dessa droga lícita, agora imaginem o que vai acontecer com a liberação da maconha? É fim de mundo. Não quero escrever mais nada.
***
Nota da autora: Vai ser uma beleeeeza ter que andar de touca pelas ruas pra não ficar com os cabelos impregnados com o cheiro da maconha, porque méu a-mi-go, vai ser uma fumaça só!!! Humpf...

Nenhum comentário:

Postar um comentário