Ontem foi um dia cabalístico. Acordei intuitiva, meio introspectiva. Não sabia se me escondia ou se pulava amarelinha, se chorava num cantinho... Estava meio “down”. Lembrei dos amigos, fiz retrospectiva. Pensei nos que me telefonaram, nos que não me telefonaram. De quem eu gostaria que me telefonasse... e assim fui compelida (pelas meninas) a ir a praia, embora que meio sem vontade.
Tal qual o meu astral, o dia amanheceu cinzento. O céu estava nublado e resolvemos voltar pra casa mais cedo. Do lado da pista, esperando os carros passarem para atravessarmos (eu, minha tia, Mulher Gavião e Mulher Maravilha), presenciamos um trágico acidente de moto. Meio atordoada corri com Elayne. Minha tia tentava atravessar a pista com Kellem. Logo formou um aglomerado de pessoas em volta do casal. Dois meninos, Dani (com 20 anos) e Jhones (com 21 anos). Iam pra umas das praias, quando uma Topic freou de vez sobre um quebra-molas e eles colidiram com o veículo. Jhones ainda tentou desviar, mas a motocicleta derrapou na areia e eles foram lançados no asfalto. Foi tudo muito rápido. Tentamos colher o máximo de informações possível dos dois, enquanto ligávamos pro SAMU e tomávamos as providências necessárias. Ambos sofreram fraturas expostas nos membros inferiores. Foi horrível!
Queria ser muitas 'Cleos' naquele momento. Sentimento indizível. Inexoravelmente o destino teria sido implacável. Havia nos colocado naquele lugar, naquele momento, para presenciarmos aquele episódio. Colocamos o casal na ambulância. Tentei gravar o telefone da moça, mas não conseguia. O policial pediu a alguém habilitado para pilotar a moto do rapaz para o posto rodoviário. Ironia. Eu tive de ir. Há tanto tempo não pilotava uma moto... Não esperava que isso acontecesse numa situação como aquela. Voltei, peguei Morango e fui ao Hospital de Itaparica (com tia Lélia e Elayne) encontrar os dois. Eles precisavam ser transferidos para Santo Antônio de Jesus, devido a gravidade dos ferimentos e urgência que a situação requeria. Lembrei muito do meu irmão, que em outubro, havia se acidentado. Deus também havia posto anjos em seu caminho. Chegara a hora de eu poder retribuir aquela graça.
Fomos os três na ambulância, além do motorista (Junior) e a enfermeira (Liliane), mais duas bênçãos. Dois anjos. Chegamos a Santo Antônio de Jesus por volta das 22 horas. Após o atendimento e de tê-los deixado aos cuidados do pai de Jhones (que saiu de Salvador para encontrá-los em Santo Antônio), voltei na mesma ambulância para Barra do Gil. Chegamos na Ilha por volta das três da manhã.
Os dois já passaram por uma cirurgia e aguardam a próxima (prevista para segunda-feira, dia 04) para colocada de pinos. Dani fraturou o tornozelo direito e Jhones, o joelho esquerdo. Estou mantendo contato com as duas novas famílias que eu ganhei e assim que tiver mais notícias, postarei aqui.
Dani e Jhones, muita força! Lembrem-se do nosso grito de guerra na saída da ambulância: POSITIVIDADE!!!
Estamos aqui torcendo por vocês!