Amo o Réveillon. Adoro fazer retrospectiva e planejamento pro ano vindouro. Claro que é apenas uma convenção. Uma data, como outra qualquer. Mas me deixa extremamente motivada a ideia de ter um ano novinho em folha, para tentar de maneira diferente tudo o que não deu certo no ano que ficou para trás.
Já o Natal, eu não gosto muito. Acho meio hipócrita esse negócio de “espírito natalino”. O espírito natalino deveria existir todos os dias, não apenas no mês de dezembro. Todo dia, é dia de semear o bem, de ser solidário, de não jogar lixo pela janela do carro, de não maltratar os animais, nem as crianças, nem os idosos, de ceder o lugar no coletivo para as gestantes, essas coisas. Mas, no entanto, o Natal também ficou convencionado: mas aos presentes, ao glamour, uma data altamente capitalista. Dia em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo, motivo para tanto materialismo? Sinceramente. Acho que Jesus não está nem um pouco satisfeito com isso.
Velhos sofrem esquecidos nos asilos, crianças nos orfanatos, filhos ficam sofrendo na ânsia por um presente, por outro lado, pais também sofrem, quando não podem presenteá-los, uma tristeza. Claro que isso não acontece apenas no Natal, reconheço, mas especialmente nesta época, esse sentimento fica mais arraigado. Durante o restante do ano esse sentimento é muito mais comedido, penso eu.
Velhos sofrem esquecidos nos asilos, crianças nos orfanatos, filhos ficam sofrendo na ânsia por um presente, por outro lado, pais também sofrem, quando não podem presenteá-los, uma tristeza. Claro que isso não acontece apenas no Natal, reconheço, mas especialmente nesta época, esse sentimento fica mais arraigado. Durante o restante do ano esse sentimento é muito mais comedido, penso eu.
Imagino que no São João seria uma boa data para comemorarmos o nascimento de Jesus. Época em que pobres, classe média, ricos e paupérrimos encontram um lugar ao sol. Todos tem uma mesa posta, ainda que simples, com milho assado ou cozido e afins (bolo, canjica, curau, pamonha, mingau, cuscuz), amendoim, laranja, rapadura, licor, cocada...; dia em que podemos nos vestir de calça jeans e camiseta, retalhar calças velhas, usar vestido de chita, calcar alpercatas, usar chapéu de palha... e pronto! Tudo vira uma festa! Muito diferente da mesa de Natal, que eu mesma, mal tenho condições de derivar meia dúzia de itens: peru, chester, champanhe, queijo cuia, nozes, pistache, panettone, salame, ameixas, azeitonas, frutas cristalizadas, etecetera e etecetera; e ainda tem a bendita árvore que (reza a lenda) deve estar recheada de presentes. Muitos nem sabem, mas o costume de colocar presentes sob a árvore de Natal começou durante o reinado de Elizabete I, filha de Henrique VIII, na Inglaterra, no século XVI. Como ela promovia festas grandiosas e recebia muitos presentes, era praticamente impossível receber diretamente dos que a presenteavam. Por isso ela ordenou que pusesse uma grande árvore nos jardins do palácio, para abriga-los. Nada tem a ver com a simbologia dos Reis Magos, levando presentes para o menino Jesus na manjedoura.
Parênteses: Há ainda, outro fato curioso. O de pessoas, que passam por nós todos os dias, que por vezes nos esbarramos no estacionamento, ou no corredor, ou no elevador e não escutamos sequer um “Bom dia”, mas no Natal, estas ficam educadas e boazinhas, distribuindo apertos de mãos e abraços. Argh... realmente... O Natal acaba no dia 26.
Parênteses: Há ainda, outro fato curioso. O de pessoas, que passam por nós todos os dias, que por vezes nos esbarramos no estacionamento, ou no corredor, ou no elevador e não escutamos sequer um “Bom dia”, mas no Natal, estas ficam educadas e boazinhas, distribuindo apertos de mãos e abraços. Argh... realmente... O Natal acaba no dia 26.
Resumo da ópera:
É, talvez para muitos, o espírito do Natal seja "apenas isso". Na minha opinião continua valendo o trivial: a boa e velha educação desobrigada, que se aplica quando não há festas (nem fotógrafos por perto) e que deve ser praticada durante os 365 dias do ano.
É, talvez para muitos, o espírito do Natal seja "apenas isso". Na minha opinião continua valendo o trivial: a boa e velha educação desobrigada, que se aplica quando não há festas (nem fotógrafos por perto) e que deve ser praticada durante os 365 dias do ano.
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