quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um Cometa.

Um castiço, que certa vez tive um pequeno affair, deve estar ficando trololó. O fato é que saímos contadas três vezes e o romance não rendeu. Conversávamos muito, mas a maior parte do tempo por celular e na época, eu estava sozinha e ele estava meio que separado de uma namoradinha, que inclusive reside no interior. Ou seja, o phophíssimo fica quase sempre livre, leve e solto na capital baiana. Mas eu (que não sou bestinha nem nada) deixei o belo em banho-maria e fui cozinhando...
Pelo seu interesse e comportamento percebi que ele era um 'cara do bem'. Fino, educado, estava recém-separado e enamorado há apenas oito meses dessa moça, mas me confessou que tinha algumas ressalvas com o comportamento da bela. Concluo que se eu “tivesse afim de encarar o páreo”, talvez tivesse ganhado o castiço pra moçoila. Mas, vida que segue, eu estava MOOOIIITO feliz com minha vidinha de solteira e não quis investir na relação. Pois bem, o belo percebendo isso, reatou com a mocinha do interior, mas continuou me telefonando. Perguntava sobre minha família, sobre o trabalho (hum...), até que um dia ele me pegou numa veia boa. Era dia bonito, dia de sol, de cerveja gelada e de Disneylândia, eis que toca meu celular: Li o “bê-á-bá” todinho pra ele (dizendo que não entendia o motivo de tantas ligações) e tive de escutar suas lamúrias; que ele voltou pra namorada por minha causa (oi?), que não queria, que estava infeliz, que até ficou em dúvida se reatava, mas como eu estava sempre na defensiva e não rendi namoro, ele não quis ficar sozinho (oi?). Que sentia vontade de me ver, de falar comigo e que eu “estava nem aí e caixa de fósforo e etecetera e etecetera”... Pois. Fui condescendente, mas expliquei (didaticamente) que não entendia o “reatei o namoro por sua causa”. Voltou porque quis. Porque gostava, ora. (Não falei isso, pra não dar ibope, mas pensei). Mas, falei que ele era uma pessoa muito legal e que se precisasse conversar, que contasse comigo. Eu disse CONVERSAR, Cara Pálida! Isso pode muito bem ser por telefone, msn, e-mail... sei lá. Pois observe a leitura do sujeito:
1.   Me mandou um SMS no Natal, pra desejar um Feliz Natal! (Até aí, tudo bem, é o espírito natalino)
2.   Me mandou um SMS no Réveillon, pra desejar um Feliz Ano Novo! (É. Até aí, tudo bem também, ano novo... retrospectivas e tal...)
3.   Ligou depois pra saber como estava o trabalho, o cachorro, o periquito e o papagaio. (Hum. Agora, já tá meio estranho...)
4.   Ligou na sexta-feira passada pra me convidar pra jantar e pegar um cinema, ou um teatro, ou ir para um barzinho... (É agora lenhou! Declinei educadamente o convite e expliquei, inclusive, que já havia marcado no Groove com uns amigos. Tinha nem cabimento convidá-lo pra ir junto, né mesmo? Humpf...)
5.   Ligou ontem, pra pegarmos um happy hour. Mais uma vez, agradeci e neguei.
6.   E não é que hoje, mandou um SMS “desse modelito”: - Oi, tá afim de tomar um vinho comigo hoje? (Oi? Coméquiéonegoço?)
Ai, ai, ai... Olha, na hora deu vontade de ligar dizendo umas coisas. Mas, Lady que sou, retornei o SMS:  - “Você terminou o namoro? Já sabe o que penso sobre isso.”
Ele: - Acho você muito agradável, me sinto bem contigo e tenho saudades de você. Pra mim será sempre bom ter a sua companhia. (E emendou, pois não coube no corpo da mensagem) – Não forçarei a barra só porque vai estar comigo. Fique tranquila quanto a isso.
(Tóin) Lembrei da hora das minhas frases favoritas: “não vai doer nada”“não vou fazer nada que você não queira”... tss, tss. Minutos de silêncio. Dúvida, indignação e revolta. Não retornei. Vinte minutos depois ele telefona.
Ele: - Cleo, que houve menina? Desculpe, não quis ser indelicado. Você disse que a gente podia conversar, ser amigo. Queria muito te ver...
Eu: - É, mas beber vinho, no meu ponto de vista, não é programa de amigo. Ainda mais a dois...
Ele: - Como assim? E o que é programa de amigo? Podemos beber outra coisa então?  (risos... inteligente, não? Ou engraçadinho?)
Eu: - Não. Não podemos beber nada. Aliás, não podemos nada. Já tivemos nossa chance e você tem namorada. E eu torço pra que fique com ela. Não existe essa de amigos sair sozinhos pra beber vinho. Não é um encontro de turma, nem um aniversário. Não vejo motivo para sairmos. Podemos conversar por telefone. Sempre fizemos isso, lembra? Tô bem como estou. Não quero para os outros, o que não quero pra mim. Portanto, sabe quando tem que me telefonar...
Ele: - Ok...(silêncio do belo) Lamento que queira assim...
Eu: - É quero. Um beijo. Fica com Deus.
Ele: - Você... (sussuro, como se fosse dizer algo...) também!
***
Há pessoas que são estrelas e outras que são cometas... já dizia minha amiga Cigana. Não adianta insistir.

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