quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Espírito Empreendedor.

Este final de semana estava conversando com uma tia no celular. Estava contando a ela sobre a minha ida a invasão e de como eu estava feliz com a alegria das crianças, com nossa visita. Ela então me conta indignada, o quanto era uma pessoa caridosa, até um determinado episódio que aconteceu com ela há uns meses atrás. Conta que havia uma senhora, que sustentava seus filhos lavando roupas e, sempre que a encontrava, pedia para que assim que ela tivesse roupas, calçados, ou lençóis que não precisasse mais, que a doasse, pois ela tinha muitos filhos e qualquer ajuda era bem vinda. Minha tia, muito atarefada, só recordava que tinha que juntar os donativos, quando topava com a senhora no ponto de ônibus, nas idas e vindas do trabalho. Até que um dia, a mulher a abordou novamente e ela prometeu que naquele domingo, faria uma “faxina” em seu guarda-roupas e juntaria toda e qualquer roupa e calçados que encontrasse sem uso. Assim ela fez. Passou um domingo inteiro de folga em casa, juntando calçados, roupas, agasalhos, lençóis, toalhas de banho, tanto dela, quanto do marido e de meus dois primos, que não serviam mais. Enquanto arrumava os donativos, pensava:
- Pôxa, essa colcha eu só usei uma vez. Foi tão caaara. Mas nem gosto muito dela...É, vou dar para a D. fulana, ela precisa mais do que eu!
No final da faxina, havia sacolas e mais sacolas de supermercado, abarrotadas de roupas e afins. Muitas delas novas, sem nunca terem sido usadas. Feliz da vida, minha tia pede a meu primo para avisar a senhora que ela poderia ir buscar as sacolas, mas para ir com uns de seus meninos, pois ela não poderia levar tudo aquilo sozinha. E assim aconteceu. A mulher foi buscar e se assustou quando viu tanta coisa. Agradeceu e foi embora com as sacolas.
Dias depois, minha tia perde o horário do ônibus e resolve subir andando, até o próximo ponto, onde havia mais opções para o seu trabalho, quando passa por uma lojinha que ela via apenas pela janela do coletivo. Na frente da loja, uns balaios enormes, com umas peças de roupas.
- Olha só, aquela colcha, parece a que eu dei a Dona fulana...reconhece ela. Foi conferir de perto e constatou que todas as suas “doações” estavam à venda no balaio.
Não é que a mulher colocou as roupas num brechó?
Visionária a criatura...kkkkkkk

Nota da autora: É tia. Jacaré que dorme, a onda leva. Por que não teve essa ideia antes?

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