Estava pensando em quantas historinhas tenho para dividir com vocês e lembrei de meus almoços com os colegas de trabalho. O que isso tem a ver? Vocês devem estar pensando. É no almoço que nos reunimos e após as refeições, sempre sobra um tempinho para dividirmos nossos “causos”. Passamos mais horas no trabalho que em nossa própria casa, portanto, é normal dividirmos nossas peripécias com os coleguinhas. O fato é que tenho mania de contar histórias, e às vezes, alguns me chamam carinhosamente de Forrest Gump. Tá rindo? Espera pra ver...
O assunto do momento é o meu irmão, que depois de um acidente de moto, ficou todo metralhado e veio recuperar-se em minha casa. Logo minhas olheiras apareceram e o episódio virou notícia no trabalho. Todos demonstraram preocupação e se mantiveram solícitos, perguntando diariamente o progresso do rebento. Cada dia era uma novidade e as opiniões tornaram-se unânimes: Cleo, seu irmão toca o terror hein?! Uma interrogativa? Não, uma afirmativa. Ele toca o terror meeesmo!!! E atualmente ocupa o pódio nas historinhas pós-almoço. Narrarei uma das antigas, disparada na dianteira na lista das 10 melhores.
“Era festa no Wet’n Wild, não recordo mais qual era o show, mas foi um daqueles de fechar a Paralela. Não sou muito chegada a esses shows com muitas bandas, muito demorados e com filas pra tudo, mas a turma do boxe insistiu e eu fui. Chegando lá dei de cara com meu irmão e uns amigos. Ele ficou um tempinho conosco e logo deu o perdido na festa. O encontrei em um momento na fila das roskas e ele, a essa altura, já estava mais pra lá do que pra cá. Lá vem coisa, pensei. Mas relaxei. Se eu não tivesse vindo para a festa, nem teria conhecimento disso. Então...
Dia seguinte, vou na casa de meu pai e minha irmã relata o fato:
- Soube de ontem?
- O que?
- Vini trouxe uma menina pra dormir aqui em casa.
- Sim e daí?
- E daí que ele nem conhecia a menina e trouxe pra dormir aqui em casa.
- Ah Diana, deixa de caretice. Hoje em dia tá assim. Deve ser alguma amiga dos colegas que ele estava ontem.
- O problema é esse, irmã, ele não conheceu a menina na festa, nem foi gente apresentada pelos colegas. Ele ficou bêbado, se perdeu dos amigos na festa, veio andando do Wet’n até aqui e na subida da ladeira topou com uma menina sentada no meio-fio, chorando. Ele perguntou a menina por que ela estava chorando. Ela disse que brigou com o namorado na festa e quando ele (o namorado) a levava para casa, tornaram a discutir. Ele parou o carro, a pôs pra fora e a deixou no meio da rua, sem dinheiro e sem ter como voltar pra casa. Vini, já em alta rotação, disse:
- Ôhhh! Vamos dormir lá em casa, minha filha. Não chore não, ele não te merece!!! (Oi?)
E não é que a doida foi?
Na manhã seguinte, meu irmão acorda na mesma cama que a maluca. Assustado, faz um esforço pra lembrar o que aconteceu, acorda a criatura, lhe prepara um nescau e dá dinheiro pra ela pegar o busú pra casa. Bonzinho ele, não?? Nunca mais se viram”.
Parece ou não parece minissérie de Nélson Rodrigues??
A Rede Globo está perdendo...
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