terça-feira, 9 de novembro de 2010

Galinha Interestadual.

Estava com vôo marcado para as 13h05. Praticamente o mesmo itinerário de outra viagem que havia feito para Brumado, com diferença apenas, que desta vez, meu destino era mesmo Vitória da Conquista. Lembrei na hora do “taxista gofadinha”, rs.
Preferi não arriscar. Não ia cometer novamente o desvario de agendar com ‘gofadinha’ e deixar o pobre almoçar com pressa, afinal, tinha que estar meio-dia para fazer o check-in e desta vez, não estava para gracinhas. O vôo atrasou cerca de meia hora. Motivo: uma briga do pessoal do embarque com o motorista do ônibus da Infraero. Uma baixaria no saguão do aeroporto e o "Ministério do Vai Dar Merda", já estava entregando panfletos. Os executivos já estavam sem paletó. Finalmente liberaram o embarque. Pausa para fotos no celular e fui andando sentido à aeronave dando risada sozinha. Os tripulantes deviam estar achando que eu era louca, mas é que ao entrar no avião, me veio a lembrança uma história que um colega de trabalho havia me contado.
“Numa dessas viagens a trabalho, esse mesmo colega havia sido designado para participar de um Evento na cidade de Ilhéus, junto com outra colega. Na Terra da Gabriela, as tentações gastronômicas eram evidentes: muito chocolate, sequilhos, pimenta nativa, comida caseira, enfim, guloseimas para todos os gostos. Ele apenas, desejava comer uma “galinha caipira”. Bom, saiu pelo hotel, buscando referências de onde poderia degustar o prato, e recebeu a informação que havia um lugar onde servia a melhor “galinha caipira” da região. No horário do almoço, véspera da viagem de volta a Salvador, ele resolveu conferir. Sentou-se à mesa com a colega e foi atendido pela dona do restaurante. Local simples, mas o cheiro da comida era inebriante. Ele, muito timidamente, brincou com a dona do restaurante, dizendo que tinha vindo de Salvador única e exclusivamente para experimentar o prato tão recomendado e que, era para ela caprichar. A dona informou que demorava um pouco, pois o prato era feito na hora e ele muito satisfeito emendou uma conversa enquanto esperava. Minutos depois, chega a senhora com os pratos e um refratário enooooorme, abarrotado de galinha caipira.
- Meu Deus, como é que vamos comer isso tudo? Pensou. Mas relaxou. Começou a comer e percebeu que sobrara praticamente um frango, quase inteiro.  
- Vou levar essa galinha para Salvador! É um pecado deixar essa galinha aqui! Comentou com a colega.
- Quero só ver essa! Sussurou a moça, dando risada.
Ele pediu a senhora que conseguisse um vasilhame e que congelasse a "penosa", pois ele pretendia levá-la para Salvador. A senhora, feliz da vida atendeu. E tudo seria até “normal” se o moço não tivesse de voltar de AVIÃO. Começa então a peripécia...
Arrumada a bagagem, ele muito cuidadosamente enrolou a ‘tupperware’ numa toalha. - Seja o que Deus quiser!
Despachou as malas e, a mochila do notebook, junto com a vasilha da galinha, foram como bagagem de mão. Todos os procedimentos de decolagem, bagagem de mão devidamente alocadas nos compartimentos superiores (inclusive a “penosa”), a comissária de bordo sentou-se à poltrona na porta interna da cabine.
 Senhores passageiros com destino a Salvador, preparar para a decolagem! (todos de olho na reação da aeromoça, dizem que basta olhar para aeromoça, para saber se está tudo bem com o avião, rs)
- ZAP! Um barulho...acreditem...ABRE O COMPARTIMENTO ONDE ESTÁ A VASILHA DA GALINHA!!
- Meu Deus, minha galinha vai cair!   Pensou desesperado...
Minha colega se ACABAVA de rir noutra poltrona. A aeromoça, sem entender “p” de nada, ficou de olho na porta do bagageiro.
- Tim, dom...o alarme de abrir os cintos dispara e a aeromoça levanta e trava o bagageiro.
- Ufa...essa foi por pouco! Respirou aliviado. Mas o que importa é que minha galinha chegou, sã e salva! Comentou".

Obs.: Agora imaginem...ainda bem que o aeroporto de Ilhéus, não é rigoroso
como o de Salvador. Já pensou... a 'penosa', tendo de passar na esteira do raio X? Seria uma comédia, ver a mulher assustada com os “ossos” da galinha.

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