Essa viagem me rendeu frutos. Aprendi tanta coisa...
Fiz questão de pegar o notebook e postar essa, antes de arrumar minhas malas. Não podia deixar de escrever, para não esquecer nenhum detalhe. Está fresquinha, acabou de sair do forno.
“Estava tomando o café da manhã, quando chegou um casal com um garotinho, de aproximadamente uns 12 anos. O garoto tinha semelhanças físicas com a mulher, mas ela não aparentava ter idade para ser mãe dele. Fora isso, o rapaz que a acompanhava, também era bastante jovem, não deveria ser pai do garoto. Bom, continuei meu café e em alguns instantes, desceu outro rapaz. Cumprimentaram-se e este sentou à mesa com o casal, começando a papear. Falavam da viagem que fora muito cansativa. Muitas carretas na estrada e a mulher comentava que o namorado (sim, eram namorados), demonstrou total falta de habilidade ao volante. Contava que o garoto a todo momento dizia, - ‘vamos morrer, acelera...passa logo essa carreta’...e que o rapaz ficava extremamente nervoso. Às vezes, parava em algum posto de gasolina pra relaxar e beber um refrigerante, o que tornava a viagem ainda mais cansativa e longa, pois, uma vez que permaneciam parados, as carretas que eles ultrapassavam avançavam e começava a odisseia novamente (palavras da moça).
A mulher esqueceu algo no quarto e subiu para apanhar. O guri foi junto com ela. Já havia observado que o menino só tinha tamanho. Era infantil e dependente, pois mal conseguiu colocar o suco no copo, sem a ajuda da moçoila. Demonstrava querer competir as atenções com o namorado da moça. Eu comia devagar, saboreando o cuscuz, enquanto assistia Xuxa.
Bom, a moça subiu e o guri foi no vácuo, deixando os dois castiços na mesa tomando café. Agora observem o papo (relatarei na íntegra, sem cortes, para vocês não perderem nenhum detalhe; desculpem pelos palavrões):
- Rapaz, cadê tá vendo ela aí? Inqueriu o rapaz, esticando para ver a moça.
- Já subiu. Que houve cara? Que cara é essa?
- Puta que o pariu, man. Tou fudido! Que porra foi que eu me meti...
- Desembucha man... e aí, como foi a noite?
- Uma desgraça, véi! Dormi no zero a zero. A porra do meu cunhadinho dormiu no nosso quarto. Acredita nisso? Fora, que o projeto de viado ainda veio vomitando o caminho inteiro e eu, tendo que escutar a Lú, dando pitaco na minha maneira de dirigir. Você viu aqui, ela querendo dar uma de Barrichello. Estou em tempo de mandar ela se lenhar...
- Mas rapaz, achei que vocês estavam bem. Vc estava todo empolgado com essa viagem...
- Pois é man, até a mãe dela pedir pra trazer a mizera do guri. Trouxe! Já tá aqui o bagulho! E cadê que ela veio buscar a mercadoria dela. Lú, toda boazinha, disse que o viadinho podia ficar com a gente até mais tarde e eu não pude dizer nada, pra não me contrariar. Até agora, a única coisa que consegui, foi gastar dinheiro. Mas vou ficar na minha, meu chapa! Vou fazer tudo que ela quiser! Mas terça-feiraaaaa, terça-feiraaaaa... ah meu véi! Vou dar o “Ninja da História!” Me aguarde!!
Pausa...leitores deste blog...one moment please!
Respirei profundamente, entoei o mantra do “eu não ouvi isso” e me aprumei na cadeira.
A moça desceu com o guri toda sorridente (pura e ingênua) e o mancebo deu uma piscadela de olho pro colega, tecendo o seguinte comentário:
- Amor, experimenta esse bolo, está uma delícia. Só perde para o seu!”
E aí, senhoras e senhores? Dá pra dormir com um barulho desses?
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